Wanderer

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Voltei. Sim, porque estive num longe geograficamente distante, muito diferente daqueles outros, mais fundos, a que tantas vezes me entrego sem me mexer daqui. Ocupada numa espécie de rodopio frenético que faz parte dos costumes de toda a gente. Não pude escapar-me.

É sempre estranho, ir. Parece que me vejo de fora, a fazer coisas de que não gosto sem desgostar completamente, quase cheia de uma complacência divertida, quase intrinsecamente divertida! Fica um sorriso interior, verdadeiro, mas muito para lá de algo que eu possa agarrar e fazer meu, porque não é o meu nem o quero.

A minha alma expande-se por horizontes diferentes e parece que se solta. Porém, volta contente à paz do seu tugúrio negro, o poço sem fundo que eu sou, onde os vulcões abrasadores explodem e desaguam as lavas e os rios, trazendo tanto de tudo. Podridão, vida; princípio e fim. Destroços a rebentar contra as minhas resistências que se opõem à força bruta. E deixo-me estar, quieta, porque não vale a pena lutar. Permaneci inteira. Sou forte e convicta. Una. Por isso me ajusto à mudança; por isso volto igual.

E verifico com a maior naturalidade que as férias são muito mais fáceis no final do que no princípio. Estou novamente como gosto. Entregue a mim, independente de fantasias alheias e longe de preceitos que sejam meus desconhecidos.

Agnes Rubra